quarta-feira, 2 de junho de 2010

Whatever Works

O Gostas de Fly Cinema, após longa ausência tem hoje um aguardado regresso, pois muitos desejaram, alguns pediram, poucos suspiraram, nenhuns suplicaram e zero choraram.
Como sentimental que sou não pude ignorar tal apelo, tal suplica desesperada pelo que convido os co-autores deste pasquim, deste raio de sol semanal que ilumina as vossas almas, a seguirem as minhas pisadas e debitarem algumas linhas, RBF, FF, PS e LL o mundo aguarda-vos.

Depois deste mini prefácio, agora sim, sigamos em frente.



Sendo esta uma edição de regressos, tenho que vos falar de um filme de regressos. Do regresso de um Homem Mesquinho, Hipocondríaco, Franzino, Misantropo, Complicado, Brilhante e Genial à Cidade que ama, que o viu nascer. Woody Allen é o dono absoluto da Comédia Romântica Genial, é isso que que o move, isso e claro homenagear Nova Iorque.

Depois do Poker Europeu que iniciou com o obscuro e genial Match Point (Obra Prima indiscutível) e terminou com o artístico Vicky Cristina Barcelona, Woddy Allen delega no seu semelhante Larry David (Pai de Seinfeld e inspiração de Costanza) a responsabilidade de voltar a casa com Whatever Works, um filme de 2009.

Larry responde com uma personagem igual a tantas outras que Allen interpretou e esse é o maior elogio que se lhe pode fazer. A genialidade está lá, escondida em cada diálogo ou personagem que saíram do aparo do mestre.

Quanto ao filme, igual a tantos outros, é uma Comédia Romântica Genial das mais genuínas, com Hipocondria e Mesquinhez e Humor Negro garantidos, mas uma das melhores Homenagens que Woody Allen jamais fez à sua cidade, soa quase a pedido de desculpa pela ausência de 4 filmes. A mensagem está lá é só compreende-la.

Termino com um conselho, vejam pelo menos um filme de Woody Allen na Vida, pode-vos apetecer esbofetear-lo no final, mas garanto-vos que vale a pena.


terça-feira, 27 de abril de 2010

Birras ...

Birras ...

Pode muito bem ser embirranço meu, especialmente porque pessoalmente nunca gostei muito do André Lima como treinador.

Chamem-me subversivo, intolerante, desconfiado ... mas nunca me saiu da cabeça que a transição dele para treinador principal de futsal do Benfica, despedindo no processo o Beto Aranha que até tinha ganho tudo o que havia internamente para ganhar no ano anterior, foi algo de muito suspeito.

Mas enfim ... tenho de dar o braço a torcer e neste momento é altura de comemorar ... e de o parabenizar ... a ele, aos jogadores e a toda a nação benfiquista.

A vitória de domingo, além de histórica, teve quase que algo de hercúlea ... quase que etéreo, pois até mesmo no Futsal muitos preferiram acreditar que a nós, lusos, ainda não temos condições nem mentalidade para estes voos.

No entanto, imediatamente após o triunfo sobre o Interviú teceu variadíssimos comentários, muitos deles ainda no calor da emoção e excitação normal de quem acaba de ser considerado o melhor da Europa na sua especialidade, mas um em particular caiu-me no goto ...

Já não é a primeira vez que alguém da nossa praça pública se refere ao Pavilhão Atlântico como “local tão emblemático”, e isso, meus amigos ... é algo que a minha moleirinha ainda não conseguiu atingir ...

Porque é que raio que o Pavilhão Atlântico há-de ser um local emblemático? O que é aquele espaço construído por alturas do Euro 2004 tem de tão especial para que tanta gente assim o considere?

Sinceramente não sei ... provavelmente por já lá terem tocado Elton John ou os Tokyo Hotel ... ou por já lá ter passado o Noddy e a Vila Moleza ...

Enfim ... não sei ... talvez algum de vós me possa elucidar sobre este assunto ...


segunda-feira, 1 de junho de 2009

Pikes Peak


É no estado do Colorado, nas Rocky Mountains (EUA) que em Pikes Peak, se disputa uma das corridas mais espectaculares para os pilotos, e mais dura para as maquinas, o “Pikes Peak International Hill Climb”, também conhecida como a corrida às nuvens.

Alguns dados:
Distancia – 20km (sempre a subir)
156 curvas
Inicio da prova aos 2.862 metros acima do nível do mar
Final da prova já depois dos 4000 metros acima do nível do mar

Apesar de pouco divulgada na Europa, esta prova faz parte das corridas oficiais da FIA (Federação Internacional Desporto automóvel) e disputa-se deste o ano 1916.

Eu apenas "descobri" esta prova porque investiguei um pouco sobre um carro brutal que existia no jogo "Gran Turismo", o Suzuki Escudo Pikes Peak... que avião... enfim, adiante.

Nos últimos anos o número de participantes andou à volta de 150, sendo que o record oficial da subida mais rápida, cabe actualmente a um piloto… Japonês… num carro… Japonês… hehe
Em 2007 com o tempo de 10:01.408, o Suzuki XL7 Hill Climb Special bateu o anterior record (feito em 2004), e quem pilotou este “mostro” de 1000cv foi Nobuhiro Tajima.
Por curiosidade, o tempo do vencedor da primeira edição, em 1916, foi de 20:55.40.

A prova é dividida em “automóveis e trucks” e “motos e moto 4”, com a classe dos automóveis e trucks a ser sub-dividida em várias sub-classes, tais como:
- Unlimited (vale tudo – é a classe principal e onde se tenta bater o record)
- Pró Trucks
- Time Attack 2wd
- Time Attack 4wd
- Vintage

É uma pena que não seja dada a devida atenção que esta prova merece.
Quem sabe a Sport TV não nos surpreende já este ano, a corrida é no dia 19 de Julho.

Deixo-vos alguns vídeos para vos abrir o “apetite”:

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Vespa


Muito havia por dizer sobre esta mítica e emblemática marca italiana, talvez a marca transalpina mais iconografia, mas logicamente que este Fly não chega para vos dar toda a história nem todas as características que fizeram deste simples veiculo de duas rodas o que ele é e representa hoje.

Deixo-vos apenas algumas informações para vos abrir o “apetite” para se vos interessar pesquisarem um pouco mais.

A Vespa surgiu no ano 1946 no pós guerra.
Na localidade de Pontedera, a fabrica de aviões foi devastada por bombardeamentos, pelo que foi como forma de aproveitar algum material não utilizado desta fabrica foi pedido que inventassem um veiculo simples, robusto, fiável e barato.
O design foi inspirado na scooter militar de origem norte-america (quem diria...) Cushman.

O sucesso na Europa e America do Norte foi imediato, com o seu design com protecção frontal contra a chuva e vento, bem como o motor tapado, o que evitava a sujidade da roupa com óleo e afins. Este foi um motivo muito importante para que este modelo fosse muito bem aceite pelas mulheres.

A expansão por mercados emergentes tais como a India, Taiwan, Indonesia, etc, foi bem conseguida, tendo o baixo custo e alta fiabilidade como características essenciais.
Nestes países, a marca mãe fez acordos com construtores locais de forma a que a produção da Vespa passasse a ser feita localmente, o que proporcionava um custo ainda melhor.

Até ao momento existiram 138 diferentes versões da Vespa, com transmissão manual ou automática e diferentes versões de design.
Apesar de não ter evoluído muito a nível estético, que é realmente a imagem de marca, a nível técnico as evoluções têm sido constantes, com a passagem dos motores de 2 para 4 tempos, com as transmissões automáticas e com estudos para um futuro breve, tal como a Vespa híbrida (gasolina + eléctrica).

Quando a Vespa fez 50 anos, em 1996, já tinha vendido a nível mundial mais de 15 milhões de veículos...
O numero actualmente vai em mais de 20 milhões... impressionante.

Uns vídeos ficam sempre bem J

quarta-feira, 6 de maio de 2009

GDF - Futebol - Jornada 25

Paul Gascoigne – Crazy Football

Quando alguém com o estatuto e méritos reconhecidos como Sir Alex Ferguson confessa que o maior erro da sua carreira foi não ter contratado Gascoigne ao Newcastle, então com 21 anos, parece-me um excelente certificado de qualidade, uma ISO 9001. Dizia o técnico escocês “we gotta have this boy, is the best I’ve seen for years and years”.
Já nessa altura, Sir Alex estava certo. Desde o tempo de Bobby Charlton que não se viu um futebolista que encantasse e criasse tanto euforia no reino de sua Majestade. Nem mesmo Keegan conseguiu criar tanta excitação. E entre Charlton e os recentes casos de Beckam, Lampard, Gerard e Rooney, creio poder afirmar que Gascoigne foi o melhor jogador inglês desses 30 anos.

Olhando para o seu currículo a nível de clubes (Newcastle, Tottenham, Lazio, Rangers, Boro, Everton, Burnley e algum exotismo asiático) e a nível de títulos colectivos (1 FA Cup, 2 Scotish Leagues, 1 Scotish Cup e 1 Scotish League Cup) isso não é comprovável mas, a marca que deixou em todos aqueles que gostam de futebol, essa vai para além dos “canecos”. Fica para todo o sempre e na memória de cada um. Como diria António Oliveira “quem não viu, não volta a ver”.

Gascoigne era um jogador electrizante, de alta voltagem, de elevada rotação. Apesar de um talento LP, nas velhinhas aparelhagens teríamos que o ouvir com um single, em 45 rotações. O seu futebol era a extensão da sua personalidade, louca, imprevisível, insconsciente, com tudo o que isso tem de positivo e negativo. Se estamos perante um jogador que, se nem ele tem ideia do que vai fazer a seguir, então como será possível antecipar o movimento e contrariá-lo. Esqueçam as observações e os relatórios sobre os adversários. A lógica não será uma batata mas um louco inglês com fogo nas botas e corrente eléctrica por todo o corpo. Um médio todo o terreno, com velocidade, capacidade de drible, condução de bola e remate de meia distância com ambos os pés. Um rompedor mas também organizador e cobrador de bolas paradas. Sprint, drible, tackle, pressing, tudo a 100 à hora.

O Mundial de 90 foi talvez o seu ponto mais alto, antes de todas as lesões que condicionaram a sua ida para a Lazio e a restante carreira (em 91 sofre uma grave lesão nos ligamentos cruzados e um ano depois, quando começava a voltar a jogar, fractura num treino a tibia e o perónio). Carregou a selecção inglesa até ás meia finais, onde viria a perder frente à Alemanha no desempate por grandes penalidades. Mas o que mais ficou desse jogo não foi o resultado final, foram as lágrimas, em pleno relvado, que Gascoigne verteu quando foi admoestado com o cartão amarelo que o afastava da final, assim a Inglaterra lá chegasse. São imagens inesquecíveis, que correram mundo, ao nível das de Eusébio no Mundial de 66.
Era a Gazzamania no seu auge, assim descrita por LF Lobo, “finalmente a Inglaterra tinha um jogador capaz de tirar o fôlego a toda uma nação que tradicionalmente contêm as suas emoções. Com ele, a “velha albion” exultou, sofreu, riu, chorou e descobriu que o futebol dos tempos modernos é paixão, génio, noite e dia, crespúsculo e alvorada, tudo ao mesmo tempo, durante noventa minutos”.

Tento retratar todos estes capítulos e convertê-los a esta causa, através de 3 vídeos: pelas palavras de Sir Alex Ferguson, pelos olhos do amante do futebol e pelo coração do povo inglês.






quinta-feira, 30 de abril de 2009

Leon


Luc Besson é um dos meninos rebeldes do Cinema Europeu, actualmente completamente “Hollywoodizado” trata-se do realizador Francês (e um dos Europeus) com maiores créditos firmados no Cinema de Acção. Distinguido-se por planos vertiginosos, em filmes repletos de movimento como o são as Sagas Taxi e Transporter ou o “Gaultiézado” Quinto Elemento, teve em 1994 o ponto alto da carreira com um Fantástico Leon. Um filme que ultrapassando a barreira dos Action Movies acaba por ser uma das mais improváveis histórias de amor que o cinema viu, apesar da censura americana ter proibido algumas cenas que achou impróprias para uma garota e um assassino a soldo. A versão europeia está como Besson a pôs ao mundo.

Leon é um Hit Man, interpretado por Jean Reno (um dos actores fetiche de Besson) que se vê obrigado a acolher uma garota impedindo que esta fosse executada por uns polícias corruptos (inesquecível essa cena). A ambiguidade da história é notável pois por um lado é-nos mostrada a relação quase Edipiana entre Mathilda e Leon, e por outro é-nos dado a conhecer Leon na sua pura crueldade (assassino sem remorsos cuja única relação que tinha era uma planta), matando a soldo e treinando Mathilda para que esta possa vingar a sua família.

A bela Natalie Portman (a Princesa Leia dos novos Star Wars) nasce para o Cinema às mãos de Besson como Mathilda e brilha bem alto (apesar de demasiado nova arrasou no casting). Jean Reno confirma os créditos que fazem dele o mais famoso actor francês da Actualidade. O mau da fita (que alguns anos mais tarde voltaria a ser vilão de Besson como o Tirano Zorg no 5º Elemento) é Gary Oldman talhado para este tipo de papéis eleva claramente a fasquia do filme.

Não esperem um filme de acção carregado de tiros, mortes e perseguições (à boa maneira de Besson), adicionem-lhe o factor surpresa que é uma garota de 12 anos e um assassino que a adora, entra claramente nos filmes que este vosso amigo declara como “ Must ver antes de falecer”, um elogio à sétima arte.

Fica o trailer:


quarta-feira, 29 de abril de 2009

GDF - Futebol - Jornada 24

Ruud Gullit – Futebol Total

A escolha de Ruud Gullit para ser um dos flyados demorou algum tempo porque me é muito complicado falar sobre ele, descrevê-lo. Isso sucede pela admiração e, sobretudo, pela dificuldade em catalogá-lo ou rotulá-lo como jogador.
É que mais que um jogador, Gullit era, sobretudo um grande atleta. Creio sinceramente que, se não fosse no desporto rei, Gullit pode ter sido um atleta de eleição em várias outras modalidades. Tinha uma compleição física, uma coordenação motora, uma inteligência e concentração ao nível da elite. Era uma mistura de culturas e influências (pai oriundo do Suriname e mãe holandesa) que resultaram num cocktail explosivo e de difícil definição. Não é seguramente por acso que foi um dos grandes jogadores da história do futebol laranja (e dos anos 80 em particular) que não tinha a escola, o rigor, o modus operandi do Ajax. Era esse lado de "bom selvagem" que eu tanto apreciava no Bob Marley do pontapé na bola.

A sua versatilidade era tal que jogou em posições tão diferentes como médio ofensivo, pivot defensivo, líbero, ala direito ou ponta de lança. E sempre com rendimento de alto nível. Ainda hoje não sei exactamente em que posição rendia mais ou, visto por outro ângulo, em que dava mais espectáculo. Talvez não fosse nota 10 em nenhum dos capítulos do jogo mas também não conhecia classificações abaixo da nota 8. Digamos que, se fosse um país, seria um qualquer país tropical, com baixa amplitude térmica e destino para todo o ano. Impulsão, jogo aéreo, remate, técnica qb, capacidade de pressão, velocidade e perfil de liderança, ou não tivesse sido capitão da Samp, da Chelsea e da selecção Holanda (no Milan havia um tal de Franco Baresi).
Embora com características bem diferentes, só me recordo de outro jogador de tão difícil descrição, o espanhol Luis Enrique. Também jogava de lateral direito a ponta esquerda e com uma intensidade de jogo que fazia jus á lendária fúria espanhola, tão habitué da roja.

A nível de clubes, a sua carreira começou no modesto HFC Haarlem, ingressando depois no Feyenoord (1 campeonato), onde alcançou o reconhecimento doméstico. Daí rumou ao PSV (2 campeonatos), clube que lhe permitiu o reconhecimento internacional e levou a que o Milan abrisse os cordões à bolsa para o contratar.
No AC Milan, Gullit atingiu o auge da carreira, fazendo parte da, para mim, melhor equipa de sempre (3 scudettos, 2 champions leagues, 2 taças intercontinentais, 2 supertaças europeias e outros títulos domésticos). Era o futebol total do trio holandês adaptado ao futebol científico de Arrigo Sacchi que havia introduzido a marcação à zona.
Após 6 anos em San Siro, o seu joelho direito começou a ceder e acabou saindo para a Samp. Ídolo novamente em Génova (taça de Itália, 3ª posição na Serie A e golo decisivo na remontada de 3-2 da Samp frente ao seu Milan), levou a que os rossoneri o resgatassem. Ainda assim, ficou somente meia época, regressando a Génova. Terminava o seu périplo no calcio...mas não no futebol de alta competição.
Como pioneiro da tentativa do futebol inglês começar a resgatar grandes talentos europeus para dar outra dimensão e beleza ao seu futebol, Gullit ingressou no Chelsea. Aí permaneceu durante 3 épocas, terminando até como jogador-treinador e vencendo a FA Cup nessa condição. Apesar da idade, ainda deu outro estatuto à então ainda emergente Premier League. Abriu as portas a Zola, Vialli e Bergkamp entre outros e acabou até nomeado com 2º melhor jogador da competição, logo atrás do intratável Eric Cantona.

Também na Selecção deixou a sua marca, capitaneando a selecção laranja para a sua maior (e única) conquista de sempre a nível de selecção A: o Euro 1988. Comandou as tropas e na final, puxou dos galões, marcando o golo inicial e depois, seguramente, batendo palmas ao mais famoso volley da história do futebol, protagonizado por Marco Van Basten.

Longas mas merecidas linhas para alguém que marcou o futebol moderno. Para além dos títulos colectivos, Gullit coleccionou inúmeros prémios individuais, dos quais se destacam 2 FIFA World Player of the Year, 1 Bola de Ouro da France Football e presença nos 100 melhores jogadores de sempre nomeados pela FIFA.

A juntar a tudo isto, estamos perante um dos primeiros fenómenos de marketing. Quem não se lembra dos bonés laranjas, com longas tranças, que invadiram a Alemanha no Euro 88 e que ainda gerou uma bela disputa judicial aquando do seu divórcio (alegava a esposa que a ideia tinha sido dela)?

Para vos tentar passar um pouco da minha admiração e para que a compreendam, deixo-vos 3 vídeos que mostram o quão completo era Gullit e permitem ver a evolução da carreia. Um 1º vídeo com o seu início no PSV, um 2º vídeo com um medley Milan/Samp/Holanda e um vídeo final alusivo à sua estadia em Stamford Bride (último minuto e meio).
Total Footbal do inventor da expressão Sexy Football (adjectivando a seleção portuguesa no Euro 96)